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Parashá 20: Tetzavê, Shemot/Êxodo 27:20 à 30:10

 PARASHÁ COMENTADA


Parashá 20: Tetzavê, Shemot/Êxodo 27:20 à 30:10


Haftará: Ezequiel 43:10-27; Filipenses 4:10-20

Este é um comentário sucinto e objetivo das Lições da Torah e dos Profetas (ver Atos 13:15) ou Parash'ôt. Na curta Parashá Tetzavê, Adonai diz a Moshê para ordenar ao povo o fornecimento de azeite de oliva puro para que os sacerdotes deixassem a Menorá Sagrada (candelabro), do Mishkan, permanentemente acesa.


Ele também faz uma descrição das vestimentas sacerdotais utilizadas durante a realização dos serviços religiosos contínuos. Tetsavê também descreve a escolha e a consagração de Aharon e seus filhos Nadav, Avihu, Elazar e Itamar, como os primeiros sacerdotes do povo de Yisrael.

Adonai instrui Aharão a queimar os Vessamim ou incenso aromático no altar, feito de madeira de acácia, todas as manhãs e tardes continuamente enquanto houvesse o Santuário. São descritas as roupas sacerdotais e como devem ser usados pelos Cohanim (sacerdotes) durante a execução de seu serviço no Santuário. 


Todos os Cohanim vestiam:

1) Ketonet = uma longa túnica de linho.

2) Michnasaim = calças de linho.

3) Mitsnefet ou migba'at = turbante (uma espécie de Kipá grande) de linho.

4) Avnet = um longo cinto em torno dos quadris.


Além disso, o Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) usava:

5) Efod = uma espécie de avental feito de lã tingida de azul, roxo e vermelho, linho e fio de ouro.

6) Choshen = uma placa afixada em seu peito, que havia incrustada doze pedras preciosas gravadas com os nomes das doze tribos de Yisrael.

7) Me'il = túnica azul de lã com sinetes de ouro e romãs em sua bainha.

8) Tzitz = uma lâmina de ouro que colocado na testa em forma de Tiara, por cima do turbante, com a inscrição קֹדֶשׁ לַיהוה - Kadosh La'YHWH – Consagrado a Adonai.


Se os sacerdotes se perguntavam com que roupa iriam para o espaço sagrado no qual a Presença Divina se fazia mais presente, a resposta era: muitas roupas, belas e vistosas.

O sacerdote era vestido e perfumado com óleos aromáticos, de forma que era inconfundível em meio à multidão ao seu redor não serem notados. 


Entre os acessórios descritos acima, havia um muito especial: os Urim e Tumim, embora esteja escrito na Mishná (ver Sotá 9:12): “Desde que os profetas morreram, cancelaram o uso dos Urim e Tumim”.

Uma forma diferente de Urim e Tumim foram muito usados em antigas sociedades (e ainda são, de algum modo), que usavam um conjunto de pequenos objetos como mediadores entre o presente e o futuro ou entre o homem e o divino.

Diz a Mishná, material de orientação rabínica, que com a morte dos profetas, estes objetos de auxílio no contato com o Eterno foram abolidos.


A época rabínica, pelo menos a do Talmud, esta prática é afastada da liderança sacerdotal e dos ritos sagrados, e busca, para além deles, a razão e o debate como instrumentos de consulta ao Eterno.

Contudo, ainda hoje há, fora do meio judaico e também no meio judaico, há aqueles que usam de objetos semelhantes aos Urim e Tumim para se comunicar com o mundo espiritual. Se isso funciona ou não, eu não posso garantir, mas que há muitos farsantes em todos os meios, inclusive no nosso, usando roupas e objetos como se fossem rabinos, sacerdotes, mestres cabalistas, curandeiros, falsos profetas e suas variações, isso sempre houve e sempre haverá, um certo dito judaico muito verdadeiro, mas que nem sempre é seguido pelo judaísmo comum, diz o seguinte: “O judaísmo existe para afastar o homem da superstição”.


A Fé Patriarcal na qual seguimos não precisa de misticismos, superstições, falsos milagres, simpatias, amuletos ou sinais para crermos no Elohim Verdadeiro, basta ter a Fé de Abraão, isso já será o suficiente, e, em nome desta Fé os verdadeiros milagres acontecerão espontanemente.


A Parashá finaliza com a descrição da montagem do altar dos perfumes(Vessamim) ou altar do incenso aromático, deveria ficar dentro do santuário em frente ao Kadosh Kedoshim ou Santo dos Santos, onde o sacerdote deveria queimar incenso aromático-vessamim todos os dias continuamente pela manhã e ao entardecer.


Hoje, na falta do nosso Templo, o oferecimento de Incenso Sagrado ao Eterno foi substituído temporariamente pelo nosso serviço litúrgico de Tefilôt no Shacharit (orações da manhã) e da Minchá (orações da noite) conforme narra no Apocalipse 8:3, isso vigorará até o nosso Messias reconstruir novamente o Templo Sagrado. O uso dos Vessamim(ervas aromáticas) no Serviço de Havdalá é puramente simbólico, como também o uso de incensos no Shabat para aromatizar o ambiente de nossas casas e nas Sinagogas, por algumas Comunidades judaicas de cunho oriental.


Todo judeu ou israelita devoto não pode, sob hipótese alguma, deixar de fazer suas preces diárias no Shacharit e na Minchá ao Eterno seu Elohim, dando assim continuidade ao serviço interrompido do Santuário.


O Sentido espiritual da Parashá (comentários da Kabalah):


Segundo os rabinos talmudistas, qualquer tema abordado através das histórias da Torah, refere-se à experiência interior do ser humano e sua busca por conexão com a Luz do Mundo.


Depois da construção do Mishkan, encontramos na Parashá desta semana orientações detalhadas para a confecção da roupa dos Cohanim (sacerdotes).


O sacerdote é comparado a um código para um nível de consciência superior e, espiritualmente falando, as três vestimentas sagradas da alma são o Pensamento, a Palavra e a Ação.


Para receber a unção como sacerdotes do Eterno, o israelita deve permanecer dentro do Tabernáculo, o espaço sagrado, onde sua Luz interior (Menorá) permanece acesa para que sua vestimenta seja consagrada através de um processo de purificação e refinamento.


Na Lição da Parashá desta semana indica que as vestimentas têm o poder de se comunicar, e nós precisamos ter consciência das mensagens que estamos enviando para fora. 


É nestas mesmas proporções que o nosso Manto Consagrado, o Talit, nos dá o poder de nos comunicar e nos elevar espiritualmente com a Luz Divina, quando nos cobrimos com o Talit em nossas tefilôt, estamos nos conectando com Adonai Eterno, exatamente como Yeshua falou, o "fechar da porta" para ficarmos secretamente em particular com o nosso Elohim e assim, elevarmos nosso espírito à Ruach haElohim:


"Mas quando você fizer Tefilôt, entra em teu lugar reservado[Talit], fecha-te e ore a teu Aba, que está no secreto. Então, teu Aba, que vê secretamente, o recompensará" (Mateus 6:6)


Uma particularidade desta porção é que o nome de Moshê não é mencionado nenhuma vez, na verdade, desde o nascimento de Moisés até o final da Torah, esta é a única Parashá que não consta seu nome.


Os rabinos dizem que esta omissão foi o resultado do que Moshê proferiu sobre si mesmo, após o pecado do bezerro de ouro: 


“E agora, se perdoas seu pecado, está bem, e se não, risca-me, rogo, do Teu livro, que escreveste!”


Este é mais um exemplo dos efeitos que as nossas palavras podem ter em nossas vidas e nas vidas dos outros. A Tradição israelita nos adverte que uma pessoa não deve falar mal (lashon hará) até mesmo de si próprio. 


Ao proferir estas palavras, Moshê estava pedindo ao Eterno para perdoar o povo de Yisrael, imagine as consequências quando as palavras são proferidas com raiva e hostilidade, seja contra si, seja contra outras pessoas.


Foi nesse sentido que o primeiro Rosh e Líder dos judeus nazarenos, o Sheliach Ya’akov (apóstolo Tiago), se referiu ao escrever em sua epístola:


“Meus irmãos, muitos de vós não queiram ser mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça no falar, o tal é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo” (Tiago 3:1-2)


Infelizmente hoje muitos daqueles que se dizem estar em Teshuvá cometem o gravíssimo e abominável pecado da Lashon hará (língua maldita) falando e difamando o seu próximo pelas costas e assim, atraindo grande Ira do Eterno sobre si mesmos.


Que Adonai Eterno abençoe e Leitura, o Estudo e a Prática de sua Palavra.

קהילה ישראלית ספרדי נצרית בית בני אברהם


Congregação Israelita Sefardita Netsarim Beyt B'nei Avraham – Belém/Pa.


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Marlon T. Troccolli